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domingo, 15 de abril de 2012

La Grande Sophie - Des Vagues et des Ruisseaux [2009]

Encontrar algo para postar é sempre um desafio. Vocês não imaginam o quando é difícil, às vezes preciso refazer o percurso várias vezes. Com o trabalho que vos apresento agora, passei pelo mesmo processo. É engraçado que eu sempre me encontro quando me dou conta dessa característica de ser blogueiro/crítico. Eu lido com as emoções e eu preciso sentir o que posto.
Vos apresento Des vagues et des Ruisseaux, 5º disco da carreira da La Grande Sophie, um dos nomes da música francesa atual que muito me agrada, desde que ouvi o entusiasmante Et si c'était moi, de 2004 e me apaixonei. Foi difícil escutá-lo e degustá-lo, esse é um trabalho realmente de qualidade em letras, sonoridade e instrumentação.
Como já apresentei a biografia da Grande Sophie em outra postagem, vou falar mais diretamente desse trabalho. Realmente eu não ouvi sua discografia completa, mas as coisas são assim, depende do que eu acho, do que eu experimento, do que eu sinto por cada trabalho.
Esse disco é uma produção mais voltada para o acústico e com uma cara mais limpa, digamos assim, menos efeitos
eletrônicos e mais instrumentação. La grande sophie foi congratulada por toda a imprensa, obtendo o Grand Prix da Academia Charles Cros. Merecido realmente, a exemplo de sua performance, a faixa Quand le mois d'avril ganhou prêmio de melhor canção do ano.
Para mim, pelo pouco que eu conheço da Sophie é de se esperar algo tão bom quanto esse trabalho, um misto de sensibilidade, poesia, sinceridade, leveza e ao mesmo tempo, força. Sinto cada melodia de suas canções, elas realmente me tocam, vem a tristeza e a melancolia, um pouco de alegria e ao mesmo tempo de contentamento com os maus momentos, com as decepções, mas também de uma tomada de decisão para que as coisas mudem, de acordar para as muitas situações e de lidar com elas. Deu prazer em descobrir esse trabalho.
Aqui La grande sophie apresenta-se amadurecida, inevitavelmente, na sua musicalidade e nas letras, boa parte escrita por ela mesma. Um primor! Precisei acompanhar cada música para entender realmente os significados dessa produção contagiante. Pode-se notar uma grande carga de classicismo e simplicidade nesse álbum, o lançamento do primeiro single, "Quelqu'un d'autr
e" já demonstrava que coisa boa aguardava os adeptos de suas canções e eu confirmo tal feito. Sophie chamou Edith Fambuena (ex-Les Valentins) para trabalhar como sua produtora e esta o enriqueceu bastante, criando uma série de arranjos ricos e complexos de instrumentos como cordas, bateria, piano e tinkling bells (sinos pequenos). "Des vagues et des Ruisseaux" tem uma batida mais clássica, como disse antes, oferecendo um estilo mais acústico do que os álbuns anteriores da Sophie, habituada a misturar estridentes riffs de guitarra e um humor latente e animador. Vale lembrar que ela arriscou-se e muito bem no clássico, apostando na tradicional chanson française, trazendo uma regravação de Dis quand reviendras-tu? da consagrada Barbara, última faixa do disco que começa triste e inusitado com um tango retrô em Pardonner, perdoar em português, alertando-nos, alguém que se foi estará no centro de Les vagues et des ruisseaux (algo como Ondas e Escorregadas) onde ela fala do homem de (sua) vida nessa faixa-título, guiada pela atração desastrosa causada pelas estrelas da sedução, uma experiência complicada, evocada na faixa Les Pouvoirs de la Tentation, sem falar no tapa recebido em Ce jour-là, as coisas simplesmente acabam. Pude perceber a ausência, desleal, cruel e injusta do ser amado em Tu n'as pas cherché, oitava faixa do CD, triste, melancólica, mas muito, muito gostosa de ouvir. As coisas se animam um pouco, pelo menos em questão de melodia em Dans le show business, onde a vida e as decepções do mundo artístico são atestadas. La Grande Sophie ainda nos surpreende com a doce e suave La valse des adieux, com vocais introdutórios que parecem mesmo um funeral, mas eis que surge uma esperança para aqueles que idealizam e que amam, percebi um certo desdém de sua parte, um amargor na constatação feita, muito bom. E como não falar, por último da inesquecível Quand le mois de Mai, segunda faixa do disco e excelente escolha para um dos singles. Como eu diria em francês, "Ce n'est que du bonheur écouter La grande sophie", realmente, um disco grandioso como a artista que La Sophie tornou-se. Muita emoção em melodias criativas que definitivamente marcarão a todos os corações destemidos. Deleitem-se meus caros leitores.
La Grande Sophie - Des vagues et des ruisseaux (AZ-Universal) 2009
.


Olha aqui o link para o disco da Sophie.

E confiram
Quelqu'un d'autre, ambientada por um criativo clipe.

6 comentários:

Leandro disse...

Muito bom!!! J'ai adoré!

Ribamar Bezerra disse...

Que bom que curtiu Leandro :-D
É um prazer postar e receber o feedback dos leitores ^^

Anônimo disse...

Ei, encontrei seu site ontem e gostei bem do que já vi. Não é fácil encontrar um site que tenha música francesa atual. Gostei muito dessa cantora, queria saber se vc tem links de outros álbums dela. Obrigada!

Ribamar Bezerra disse...

Olá Anônimo ;-)
eu tenho alguns discos dela. Mas aqui só postei 2. Fico feliz que tenha gostado da postagem e agradeço a visita. Bem, vc sabe baixar de torrent? Acho q eu arranjo um torrent c/ todos os discos dela viu ^^

Carolina disse...

Ei, sei sim. Vai ser bacana se conseguir o torrent! Obrigada!

PS: sou o "anônimo", não tinha visto a opção de colocar apenas o nome na postagem!

Ribamar Bezerra disse...

Oi Carol,
infelizmente não achei um torrent dela, não ainda, pelo menos, qualquer novidade te informo ;-)