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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Vive la fête - Attaque Surprise [2000]

Poxa, terminar Maio deu um trabalho, pois fiquei realmente na dúvida sobre o que postar. Depois de muitos artistas selecionados e avaliados, decidi-me por algo bem inusitado. Pelo menos para mim que não tenho o hábito de ouví-los. Senhoras e senhores, com vocês, Vive la fête!
De antemão, foi uma experiência não tão entusiasmante, mas entre uma faixa e outra, me animei a ouvi-los mais demoradamente e postá-los aqui.
Vive La Fête, é uma banda de synth-pop e electroclash, belga, fundada em 1997, quando Mommens, então baixista do grupo de rock independente, também de origem belga, dEUS1, gravou um disco demo com a ex-modelo Els Pynoo, e vocalista principal da banda, experimentaram uma produção simples, feita em um gravador analógico de fitas cassete. Seu primeiro sucesso veio com Ataque Surprise (2000). República do álbum (2001) e Nuit Blanche (2003) foram os álbuns seguintes que ajudaram a popularizá-los, especialmente no mundo da moda, onde Karl Lagerfeld, um dos seus fans, diga-se de passagem, fã poderoso que ajudou em muito em sua divulgação. Karl Lagerfeld costureiro, estilista, designer, fotógrafo e editor alemão, residente em Paris, e conhecido como um dos estilistas mais influentes no mundo da moda do século XX, colaborando com uma variedade de diferentes grifes, sendo Chloé, Fendi e Chanel as mais notáveis. Com contratos com diversas marcas e grifes pelo mundo, durante sua carreira, Karl Lagerfeld construiu provavelmente um dos mais fiéis conceitos de moda. Sua própria grife, homônima, inaugurada na década de 80, produz perfumes e roupas.  Ele ajudou bastante na promoção do Vive la fête em especial, ao  promover uma apresentação deles em um de seus famosos desfiles, no outono de 2002 pela Chanel, em Paris, aí já viu, eles decolaram.
Em 2005 gravaram Grand Prix. Vive la Fête lançou seu quinto álbum Jour de chance em junho de 2007, após dois anos de turnês pelo mundo. A faixa Exactement desse álbum fez parte da trilha sonora do filme Les Amours imaginaires de Xavier Dolan, produtor que utilizou também outra canção do Vive la fête, chamada Noir Désir extrait de album Nuit Blanche em um filme anterior.
Attaque Suprise, lançado pelo selo Surprise Records – Surprise 001  é o primeiro álbum do Vive la Fête pareceu a princípio uma piada oriunda do ex-país baixo, orquestrada pelos planos do baixista da banda dEUS Danny Mommens baixista. Com a ajuda de sua companheira nos vocais, a lolita Els Pynoo, Danny apresenta um disco cheio de declarações de amor, infelizmente, já fracassadas nas faixas As-Tu Déjà Aimé ?, Je Ne Veux Pas..., com textos típicos dos anos 60 e engenhosidade oitententista expressa pelos sintetizadores como na faixa Merde à l'amour . 
           E olhe que a animação só começou, pois ainda temos o "groovy jazzy" em Danser, onde o ser cobiçado parte nos braços de outro alguém. Resta então nos perdermos no anonimato da multidão que acompanha a faixa ao vivo do álbum. De uma simplicidade rítmica e um explosivo natural surge Non Dis Non, canção pela qual somos compelidos a dizer uma resposta afirmativa. E Finalmente, como não se podia esperar diferente, quando dois 'loucos' encontram outro perturbado, temos mais histórias loucas obviamente. Que o diga Dean,  um dos falsos irmãos da dupla americana Ween, que remove a escala de Els e Danny enquanto a dupla desenha um som estranho com cordas de guitarras e violinos e vocais totalmente pouco convencionais em On s'Amuse, definitivamente nada comercial essa canção, resolvi mencioná-la pela estranheza (rs). O disco termina com as curvas sensuais da groovebox Emmanuelle, um pouco mais atraente e frenética, diga-se de passagem, além de Attaque surprise, meio estridente às vezes, a festa certamente ficará realmente mais louca. Preparem os ouvidos, porque esse disco definitivamente é uma produção fora do comum. Eles são bem recebidos pelo público brasileiro, diga-se de passagem, várias apresentações já fizeram aqui, então confiram.


Uma curiosidade a mais sobre o duo: Mesmo com canções na maioria em francês, eles se expressam apenas em inglês, alemão ou holandês. Creio que o francês tenha um apelo comercial bem maior que as demais línguas. Cantando em inglês ,eles talvez não tivessem a mesma projeção, visto ser um idioma muito explorado e o francês combinou bem com um estilo menos convencional como o deles. Se bem que tenho o palpite que não seja língua mãe deles e prefiram mantê-lo apenas profissionalmente, algum rixa cultural de repente.
Baixem Attaque Surprise Aqui


E ouçam uma das mais normais do disco, Elle est là, confesso que a voz do vocalista pareceu com a do Zeca Baleiro, pode?? Mas eu achei :-)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Ben l'Oncle Soul - Ben l'oncle soul [2010]

          
E eu brindo maio com mais música interessante. Esse cara merece no mínimo um curtir, uma estrela a mais e a pista cheia de   gente para curtir seu som. E quem é esse cara tão entusiasmante? Ué, no mínimo uma espécie de Amy Winehouse de calças, Mande in France. Isso mesmo, uma versão masculina que canta bem demais e
Ben l'Oncle Soul é aquele artista francófono que pouca gente, salvo os francófonos que acompanham atualidades imagina que exista. De nome Dutertre Benjamin nasceu em 1984, em Tours (Indre-et-Loire). Ben l'Oncle Soul, nome artístico sabe de cor a música negra americana clássica de Stevie Wonder com John Legend passando por Al Green, D'Angelo, percorrendo sua juventude ouvindo-os e imitando-os.
Mas é muito difícil obter êxito em uma carreira neste estilo sozinho e mais cantando em francês, certo que ele canta faixas em inglês também, cerca de 5 das 14 faixas do álbum. Nosso jovem artista, com cara de garoto de comercial de olhar um pouco louco, tem uma idéia que pode funcionar: interpretar hits atuais com boa recepção nas rádios, a exemplo de "Seven Nation Army" do White Stripss, dando-lhes um tratamento à sua maneira. E não é que deu certo, a brincadeira logo se transforma em uma série de concertos na capital e no interior, que culmina com o lançamento EP digital Soul Wash Lesson 01, em outubro de 2009. Ao mesmo tempo, Ben colabora com os vocais no disco do happer Beat Assailant depois de participar de seu álbum Rhyme Space Continuum. 
            O lançamento de seu primeiro álbum homônimo em maio 2010, faz com que Ben l'Oncle Soul se torne figura cativa do público, tanto por seus shows impecáveis quanto por seu visual e música descolados. Tornando-se o novo queridinho da mídia, L'Oncle Soul é recompensado pelo bom posicionamento de seu disco, alcançando o quinto lugar entre os álbuns mais vendidos. Ben l'Oncle Soul em 2010 foi a revelação do momento na França, e foi nomeado para vários prêmios, como o de Melhor Intérprete masculino no Globe de Cristal e de Artista revelação no Victoires de la Musique, que acabam indo para em sua estante em 2011.
        Ben l'Oncle lança seu primeiro álbum ao vivo, gravado em Paris,
em outubro de 2011. Uma oportunidade a mais para seus muitos espectadores reviveram os bons momentos passados em sua turnê divertida com um soul revisitado, incrementado por belas imagens, que era o que estava faltando.
      Eu, francamente usarei a expressão comum aos franceses e digo bravo!  Ben l'Oncle Soul é um artista de qualidade e traz um trabalho que inova e anima aos mesmo tempo,renovando um pouco o horizonte musical atual,  a algum tempo saturado pela produções pop/eletro.
Esse trabalho é um álbum que definitivamente não decepciona, absolutamente não! Entre faixas em Francês e Inglês,  recebemos uma dose de alegria a cada momento. Destaco as faixas  Soulman, Petite soeur, animadas e empolgantes e Elle dit, mais calma mas bem envolvente e  um groove cheio de frescor, ambientado por uma musicalidade rêtro, que suscita uma empolgação certa que dá até vontade de  dançar.
Posso dizer com sinceridade, Ben L'oncle não faz um Soul do momento, ele se reapropria dele e o refaz à sua maneira, show de bola. Personalidade, talento e credibilidade artística, o que ficou faltando? Na minha opinião nada. Confiram seus muitos vídeos na internet, seu mini EP tem muitas versões inusitadas, Barby Girl dos dinamarqueses do Aqua ficou fantástica galera. Abraço grande em todos.
 Baixem o 1º álbum o Ben Aqui

* Detalhe, tem um encarte dentro do arquivo que não é original, mas foi customizado por uma internauta especializada em arte gráfica. 

Confiram a deliciosa Soulman :-)

 


domingo, 13 de maio de 2012

Renan Luce - Repenti[2006]

Confesso que prefiro o Clan des Miros(2009), mas depois de ouvir melhor resolvi postar o primeiro trabalho do Renan Luce, em especial, como um agrado para meus estimados leitores(as) :-D. 
Lançado em setembro de 2006, Repenti foi dirigido por Jean-Louis Pierot e gravado no Estúdio du Manoir (Landes), Studio de la Seine (Paris) e ICP Studio (Bruxelas). Em 2007, em passagem por Pezenas, uma pequena cidade no sul da França para o "Printival". Ele retorna novamente depois de iniciar sua carreira.
Ele assinou contrato para uma turnê francesa, que durou até a primavera de 2008 para cerca de 200.000 espectadores, acontecendo quatro vezes no Quebec em 2007. Durante um período de 18 meses, todos os seus concertos em Paris: Café de la danse, Trianon, La Cigale, Olympia Grand Rex. Apoiado desde o início por Bernard Chereze da Rádio France Inter que antes de outros comunicadores, ajudou a popularizar suas canções, Luce lançou cerca de 3 singles que simultaneamente se posicionaram muito bem no ranking (Yacast) francês: La lettre, Les voisines e Repenti(que significa arrependido). 
       Repenti foi disco de platina França e na Bélgica e foi indicado à três categorias, venceu 2 delas, obtendo o prêmio Victoires de la Musique em 2008, como "Artista revelação do ano" e "Álbum revelação do ano". Nosso artista foi indicado a 3 prêmios Victoires de la Musique em 2009, e venceu duas, com o prêmio de "Canção do Ano" por Repenti.  
         Esse álbum é um acúmulo de emoções que atravessam o banal e a realidade fantástica, uma mistura de emoções meio escuras e ao mesmo tempo irônicas. De sonoridade difícil, reconheço, fui insistentemente degustando esse disco, aos poucos, a cada audição mais fui me acostumando, mas admito que foi um verdadeiro desafio conseguir apreciá-lo à princípio.  Esse trabalho tem um perfil curioso, digo isso por todo seu conteúdo e pela descoberta dos aspectos que o compõem. 
          Renan Luce se torna voyeur "em frente a sua janela de acrílico" quando observa "Les voisines" ( as vizinhas em francês), traz um ar mafioso em "Repenti", canção inspirada no clássico O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola, passando pela fúnebre "Monsieur  Marcel," ou o homem dominado pela esposa que a segue por todos os lugares, com cara de cachorro molhado em "Chien Mouillé" ou o cara que sofre de insônia e assiste ao Canal+ até  às 00:01 da manhã, na faixa "24h 01". 
      Esse trabalho apresenta uma galeria de personagens inusitados, onde os clichês se invertem, aproximando-os do cômico, como em um circo de cidade pequena em "Le lacrimal circus". Esse turbilhão de ritmos, as vezes emprestados e outras vezes inéditos, desencadeia sensações olfativas, trazidas pelas memórias de infância como se percebe em "Mes racines" e "I was here". Um de sentidos, misturando bossa nova como em "Repenti " e " Je suis une feuille " com o folk abrasivo da faixa " La lettre " ou algo meio à la Bob Dylan em " I Was here " canção triste, jpá mecionada antes com estilo bem 'Velho oeste'.
Renan demonstra ser um herdeiro digno de grandes nomes como Brassens, Brel, Ferré ou mesmo Moustaki. Um cantor-compositor de voz grave e escrita poética  que traz um novo olhar sobre as coisas, como constata-se na inusitada e final "Iris et Rose " através de um álbum bem sucedido e aclamado pela crítica. Acredito que esse fato deva-se à cara 'fabrique en France"(mande in france) que ele conseguiu dar a seu produto final.



Baixem Repenti Aqui 

Confiram La Lettre, primeiro single desse trabalho.