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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Les Innocents - Post-Partum [1995]

E concluímos fevereiro com esta que é uma das melhores bandas de rock francesa das décadas de 80 e 90! Les Innocents :-)
Criado em meados de 82, Les Innocents são fruto da união de amigos. O grupo lançou um 1º single intitulado Palema(1985), que infelizmente não fez sucesso. Apenas em 1987, com o lançamento de Jodie(1987), que os ventos do reconhecimento sopraram para nosso amigos. Outros Eps e singles foram lançados, e o 1º disco só veio a sair em 1989, intitulado Cent mètres au paradis. Engraçado que foi no Québec que o reconhecimento e sucesso foram mais intensos com Cent mètres au Paradis, Miss monde pleure e Saint-Sylvestre, singles retirados do 1º album.
O estabelecimento da carreira veio e projeção para o grande público francês só veio com o lançamento de Fous à Lier, lançado em 1992, destacando-se os hits Mon Dernier Soldat (Toi Mon Roi), L'autre Finistère et Un homme extraordinaire. Nessa época seis canções do álbum estouraram nas rádios. O disco seguinte foi Post-Partum 1995, disco que confirma o talento e popularidade do grupo, marcando o auge da carreira da banda. O single Colore foi um dos singles mais difundidos nas rádios em 1996. Este sucesso e o primeiro single do álbum Un monde parfait, permite-lhes uma considerável repercussão no Québec.
No decorrer de sua história o Les Innocents tiveram mudanças de seus componentes, mas não perdeu qualidade. Entretanto com a recepção morna do público de seu último álbum em 1999, Eles se separaram em 2000, desgastados pela bela aventura e algumas divergências musicais. Uma compilação de seus maiores sucessos, Meilleurs Souvenirs saiu em 2003. O Cantor J. P. Nataf, entretanto continuou sua carreira solo. Dois álbuns foram produzidos, o Plus de sucre em 2004 e Clair em 2009.
Falando especificamente desse trabalho, posso dizer que Post-Partum é realmente um dos melhores trabalhos deles. Nele podemos apreciar a beleza de textos oníricos, o refinamento de suas melodias, a elegância simples das suas disposições, a magnificência das guitarras, a harmonia delicada de sua vozes entrelaçadas. Esse disco é resultado de dois anos de trabalho duro, Post-Partum é um trabalho bem consistente, coeso, que os ouvi-lo sentimos dificuldade de pular uma faixa sequer. A emoção emerge e é bem poderosa a ponto de não nos deixar durante todo o disco.
Percebemos nesse trabalho um pop e swing desamarrados e imagens que falam de desilusão e ferimentos sentimentais, a cada canção ecoa uma dor que paradoxalmente nos apazigua. A dupla Jipé e Jean-Chri são uma adição a mais nesse trabalho, dando aquela interpretação que não decepciona. Quero e preciso destacar as faixas "Un monde parfait", "Long, long, long", "Lune de lait", "Des jour adverses" e minha preferida a encantadora "Colore", realmente canções inesquecíveis. Les Innocents trazem um rock-pop genial e que bom que compartilham-no conosco, só nos resta então ouvir e se deliciar. Merci e comentem a sugestão pessoas. ;-)


Baixem Post-partum aqui

PS: espero que meu link sobreviva ^^

Confiram Un monde parfait belíssima.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Manau - Panique Celtique [1998]

Apresento-lhes hoje algo diferente,pelo menos diferente do que muito já postado aqui. Ouvi esse pessoal pela 1ª vez graças a minha estadia na Aliança Francesa de campina Grande a alguns anos atrás. Do material que recebemos, sendo parte dele Cds de música, acabei me deparando com cds de música celta francesa. O Manau é grupo francês de hip hop formado em 1998, conhecido por sua fusão de melodias tradicionais celtas com batidas hip hop modernas. Ele foi inicialmente composto por Tricoche Marciais, Soubiron Cédric, e RV (Hervé) Lardic até sua saída do grupo e substituição por Gregor Gandon. Embora a banda esteja atualmente sediada em Paris, todos os membros descendem da região da Bretanha. O nome do grupo vem do antigo nome gaélico Ellan Vannin.
No início da década de 90, Cedric trabalhava como DJ e programador na Skyrock e Martial escrevia letras inspiradas em lendas como o épico L'Epopée Celtique d'Irlande, um livro de Jean Markhale que conta a história da tribo de Dana, a filha de um deus irlandês. Finalmente, foi durante a gravação de um programa que Soubiron conheceu Lardic Hervé, apelidado mais tarde de RV, músico do grupo Média While. Nativo de Quimper, ele é apaixonado por instrumentos e música tradicional da Bretanha, toca baixo, acordeon, guitarra e piano.
Desse enontro dos Djs com RV nasce uma fórmula até então inédita, permitindo que o trio assine um contrato com a Polydor em 1998. Sua primeira canção de sucesso La tribu de Dana "A tribo de Dana" mistura de textos em forma de rap com a música de "Martolod Tri", do harpista e compositor Alan Stivell, infelizmente ele não apreciou o plágio e processou o grupo. O lançamento do single deu-se na Primavera de 98 e se tornou um sucesso instantâneo. Com o seu refrão cativante como slogan publicitário, já famoso há alguns anos. Promovido à "1ª canção primeira rap celtica", vendendo mais de um milhão de cópias. Enquanto isso, com o sucesso dessa lançamento, Manau compôs e gravou Panique Celtique, lançando-o em julho de 1998.
O grupo, embarca em uma turnê francesa e recebeu, em 1999, o prêmio Victoire de la Musique como álbum rap do ano. Mas como nem tudo são flores, apesar do sucesso o grupo não se encontra. Herve Lardic deixa o Manau, que maltratado pela inclusão de novos componentes, decide expandir seus horizontes musicais em 2000, com o álbum Fest Noz Paname. Esse trabalho é bem rico, musicalmente falando, contando com a participação de belos duetos com a Mauranne "La Poupé" e Dee Dee Bridgewater em "Je jazz les couleurs".
Tempos depois, o Martial Tricoche, dá um tempo no grupo para oferecer-se uma experiência solo e lança First Step (2003), logo depois ele afasta-se definitivamente da onda céltica para dedicar-se mais integralmente ao hip-hop. Destaca-se nesse trabalho uma notória reprise de "Le Métèque" do Moustaki.
Anos se passam, finalmente o Manau lança seu terceiro álbum, On peut tous rêver[2005]. Baseados na mistura de hip-hop groove e festiva dando menos ênfase nas influências célticas de outrora.
Este demonstrou ser o momento para o Manau encontrar seu público. Em 2007, Cedric Soubiron também sai do grupo, deixando Tricoche Marciais só para promover o lançamento do Best-of da banda, dez anos após o advento do rap celta, fórmula, que permitiu a seus três precursores originais, vender mais de três milhões de cópias.

Falando do Panique Celtique, álbum de estréia do grupo, observa-se a abordagem de temas como eventos épicos que têm por cenário a Grã-Bretanha e a mitologia Celta, contando as façanhas de um guerreiro da tribo de Dana. Vários aspectos da cultura celta aparecem em Les chant des druides, Le chien du forgeron assim como em Un mauvais Dieu, gostei muito dessa última, o falsete com as vozes no refrão e a batida hip-hop ficaram muito bem casados, dando aquele ar de mistério. Eu destacaria ainda as faixas Panique Celtique e La Tribu de Dana, muito carismáticas.
Outras faixas abordam fatos atuais, como o pacifismo, o absurdo da guerra e do racismo, como vêmos na canção L'avenir est un long passé. Pode-se notar que na maioria das canções o amor pela Bretanha é enfatizado várias vezes. O folclore bretão foi um tema substituído por outros mais universais, como a tolerância e a justiça.Eu não esperava curtir o trabalho dos bretões como curti, e indico certamente.Curtiram o Manau? Bem, mais deles aqui: http://www.manau.com/index2.html e http://www.manaufolie.com/
Se liguem que estão de CD novo ;-)


Peçam o link para o Panique Celtique via e-mail ok? Infelizmente tive problemas com a DCMA que regulariza direitos autorais e achei melhor retirar o link ativo do meu blog para não perder as postagens ok?
1 abraço a todos.

Confiram La Tribu de Dana, grande sucesso do Manau.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

V.A - Bleu Blanc Tubes [1994]

Digníssimos leitores eis que trago-vos outra atualização, espero tão aguardada quanto as demais. Começaremos fevereiro com um disco, mais um, dizendo melhor, que marcou minha vida de francófono quase assíduo ^^
Realmente, mais velharias, mas velharias fazem a vida mais animada, cheia de embasamento. Esse disco foi-me apresentado pela primeira vez no programa Jóias da Música francesa de uma rádio aqui de Campina grande, minha cidade. este, já devo ter falado algo sobre, apresentou um programa em um belo domingo, cheio de canções muito bonitas e com uma cara até moderna. esse fator é importante para a música cantada em francês,até pouco tempo e ainda hoje, as pessoas sempre imaginam que canções francesas sempre são das décadas de 60 e 70. Nem imaginam quantas pérolas saem da terra de Napoleão.
Essa compilação já tem bastante tempo, mas é repleta de música boa, grandes hits da década de 90 que continuam cheios de brilho nos dias atuais. Só a título de curiosidade temos logo de cara duas grandes produções clássicas da música francesa Alain Souchon com Foule sentimentale, falando do consumismo exacerbado e Patricia Kaas com a romântica Il me dit que je suis belle, realmente deliciosas canções. Le Pouvoir des fleurs do Laurent Voulzy é outra canção poderosa que consta nesse disco, iluminada mesmo. L'autre finistere do extindo grupo de rock Les Innocents, bem rock-country é outro título que vale a pena conferir, a ireverente Y'a d'l'a haine dos Rita Mitsouko é com certeza uma interessante sugestão, de 1993, constando no CD Systeme D, essa faixa mostra uma pitada de loucura e criatividade competentemente usadas, bem inusitados eu diria. Tandem da Vanessa Paradis, em versão live, é outra boa pedida dessa compilação, Tout est dit interpretada pelo Jean-Louis Murat é outra faixa interessante, começa sem muito entusiasmar mas nos conquista rapidinho, uma forte declaração de amor "Por uma simples palavra sua, teria feito qualquer coisa, o melhor ou pior, aqueles arranjos típicos dos anos 90 são muito saudosistas, curti demais. Sensualité, da nossa querida Axelle Red é muito charmosa e aqui também se encontra, refrãozinho agradável demais, tem algo no arranjo que lembra os anos 70. Muito bom.
Ainda falando da tracklist, eu destaco o reggae do Tonton Davi, chamado Sûr et Certain, que dá sua contribuição também, bem animada sem esquecer da letra, ele é um dos pioneiros do raggamuffin francês, essa canção se encontra no álbum Allez leur dire, que teve excelente repercussão, lhe rendendo uma indicação ao Victoire de la Musique. Renauld, um marco na canção francesa, é outro nome interessante nessa seleção, conhecido ele é conhecido por abordar em suas canções temas como antimilitarismo, direitos humanos e ecologia. É irreverente em suas canções cheias de gíria. Ele mistura um folk com rock, chanson, enfim, muito legal, bem tradição francesa. Ah, não esquecendo de Veronique Sanson com Bernard's songs, o noso já veterano no Blog Etienne Daho com um antigo sucesso Un homme à la mer e Mobilis in mobile com o L'affaire Louis'trio, muito empolgantes também. Apesar dos muitos anos passados, essa compilação, lançada pela Virgin France S.A em junho de 1994, me foi uma agradável re-descoberta, música boa não tem idade nem época, realmente.


Baixem o CD aqui

Foule Sentimentale pra vocês, uma de minhas preferidas.